Algumas demandas ambientais estão em sinergia com as exigências de bem-estar animal (bea), o que indica que decisões de manejo e atitudes adequadas podem impactar de forma positiva em ambos, promovendo melhorias nos sistemas de criação. a ovinocultura de corte é desenvolvida, em sua maioria, em sistemas bastante naturalizados, com diferentes níveis tecnológicos. a naturalização dos sistemas, contudo, não garante o bem-estar animal (bea) e acreditamos que mesmo dentro de sistemas mais naturalizados existe uma complexidade de técnicas e manejos adotados pelos criadores que os difere entre si. no caso da produção de ovinos de corte, a mortalidade de cordeiros é um importante ameaça ao bea, tanto em confinamento como sistemas onde os animais são criados ao ar livre. o objetivo deste trabalho foi identificar os fatores que interferem na mortalidade de cordeiros em sistemas de produção familiar na província de chiloé. para tal, foram visitadas 83 propriedades de criação ovina, onde identificamos 18 variáveis relacionadas ao manejo, à infraestrutura e à condição dos animais. as propriedades foram classificadas em três grupos: 1) sistema extensivo; 2) sistema agroecológico e 3) sistema intermediário. a mortalidade de cordeiros diferiu entre os três grupos (p>0,01). a adoção de um sistema de manejo agroecológico não influenciou na mortalidade de cordeiros (p<0,05). a atenção humana posterior ao parto e a genética dos animais influenciaram a mortalidade (p>0,05). os grupos que realizaram atenção perinatal foram os que apresentaram menor mortalidade. a percepção dos produtores sobre os motivos das mortes esteve relacionada principalmente a características individuais atribuídas às matrizes e aos cordeiros.