A utilização do dióxido de carbono supercrítico tem sido apontada como uma alternativa aos processos convencionais de pasteurização de alimentos, principalmente pelo seu potencial para a inativação de micro-organismos. por tratar-se de um processo não térmico, esta tecnologia preserva o alimento dos efeitos adversos do calor, como alterações nutricionais e sensoriais, ao mesmo tempo em que tem potencial para aumentar a vida útil do produto, facilitando a sua distribuição e comercialização. neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade técnica da aplicação do dióxido de carbono supercrítico na inativação da microbiota presente em ostras (crassostrea gigas). para tanto, foi utilizada uma unidade experimental, com possibilidades de controles na razão mássica entre produto e dióxido de carbono, taxas de pressurização e despressurização e ciclos de pressurização. para avaliar o efeito destas variáveis na inativação de aeróbios mesófilos, vibrio sp. e vibrio parahaemolyticus presentes em ostras, foi utilizado um planejamento fatorial 23 com triplicata no ponto central. a condição 1:0,8 como razão mássica entre produto e dióxido de carbono, taxa de despressurização igual a 100 bar/min e um ciclo de pressurização foi considerada como a melhor condição de processo considerando a necessidade de eliminar o v. parahaemolyticus, micro-organismo patogênico, comumente encontrado em ostras. por este motivo, esta foi a condição utilizada na análise cinética da inativação. a comparação entre as cinéticas de inativação de v. parahaemolyticus mostrou que o comportamento da inativação deste micro-organismo depende do meio em que está presente e da sua contagem inicial. os resultados obtidos confirmam que o dióxido de carbono supercrítico é efetivo na inativação de micro-organismos presentes em ostras, incluindo o patogênico v. parahaemolyticus, demonstrando o potencial desta tecnologia para outras aplicações.