
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Não calculada
Tipo do Documento: Dissertação
Título: A DIMENSÃO ALIMENTAR DO NICHO ECOLÓGICO DE POPULAÇÕES HUMANAS NO ENTORNO DE UNIDADE DE PROTEÇÃO INTEGRAL: O CONTEXTO DO PARQUE ESTADUAL ACARAÍ, SC.
Orientador
- NATALIA HANAZAKI
Aluno
- ELAINE MITIE NAKAMURA
Conteúdo
A criação de unidades de conservação é um dos mecanismos centrais de proteção da biodiversidade. frequentemente as regiões prioritárias para conservação biológica encontram-se circundadas por populações humanas, as quais dependem em algum grau da biodiversidade local. a implementação de áreas de proteção integral ou parcial do ambiente pode não ser efetiva caso se exclua o contexto ecológico, social e econômico de seu entorno. abordagens da ecologia humana têm sido importantes para compreensão do uso de recursos naturais utilizados por populações humanas, além de ressaltar o valor do conhecimento ecológico local nos esforços de conservação e manejo. um dos aspectos nos quais se espera que o uso de recursos naturais locais possa ser refletido é a alimentação e para tal observação podem ser utilizados conceitos ecológicos como nicho alimentar e diversidade, além de permitir discutir aspectos da segurança alimentar. o objetivo geral deste estudo foi analisar os usos de recursos naturais locais para alimentação por comunidades do entorno de uma unidade de conservação de proteção integral, o parque estadual acaraí, localizado em são francisco do sul-sc, a partir dos conhecimentos ecológicos locais, e com foco na dimensão alimentar do nicho ecológico humano e na segurança alimentar. no capítulo 1, são apresentados diferentes grupos de usuários em comunidades do entorno da área protegida e o tipo de relação instituída com os recursos naturais locais, limitando-se aqui aos recursos biológicos. também neste capítulo são caracterizados os recursos locais conhecidos para alimentação pelas unidades familiares. no segundo capítulo é discutido o consumo de diferentes recursos locais em nível comunitário, a partir de análise da amplitude do nicho alimentar dos grupos de usuários, buscando compreender como o acesso a esses recursos naturais locais se relaciona com os modos de vida locais. foram incluídos no estudo três bairros de entorno da unidade de conservação: praia grande, tapera e ervino. foram realizadas entrevistas semiestruturadas para caracterização de grupos de usuários de recursos naturais locais. para investigar os recursos locais conhecidos para alimentação, empregamos a técnica de lista livre, turnês guiadas e coleta de material vegetal e animal para posterior identificação científica. na análise do uso de recursos biológicos locais na dieta, foi utilizado o método de recordatório 24h de ingesta alimentar. no que tange à discussão sobre segurança alimentar, foi aplicado um questionário complementar. o cenário do entorno do parque estadual acaraí é composto por um mosaico de relações socioambientais. caracteriza a região de entorno balneários recentes, como praia grande e ervino, e também populações consideradas tradicionais, presentes na tapera. atividades de pesca, agricultura e extração de produtos florestais não-madeireiros identificaram grupos com interação direta com o ambiente de entorno. todas estiveram mais representadas pelas unidades familiares entrevistadas do bairro tapera. os diferentes perfis encontrados refletem os distintos graus de vínculo com os recursos naturais. mesmo com uma frequência geral baixa na interação com a diversidade biológica local, as famílias da tapera apresentaram mais relações diretas de uso de recursos biológicos locais, especialmente recursos pesqueiros. atividades envolvendo o manejo de ambientes visando à alimentação são atualmente expressivas para a maior parte das famílias deste bairro, e são práticas estabelecidas em seus modos de vida. os diferentes graus de percepção e interação com o ambiente se refletem nos resultados da lista livre e também na análise da dimensão alimentar de nicho ecológico. existem diferenças na diversidade de recursos naturais locais consumidos e na importância dos mesmos para a segurança alimentar local, conforme o modo de vida das comunidades. as diferenças de amplitude de nicho ecológico das famílias analisadas têm origens na disponibilidade e acesso a recursos naturais, aquisição de produtos industrializados, atividades econômicas desenvolvidas e diferenças socioeconômicas. existe uma vinculação maior a recursos da unidade de proteção integral no bairro em que estão presentes atividades de modos de vida que interagem com o ambiente local (tapera). entretanto, essa ligação foi encontrada apenas relacionada a recursos pesqueiros, e para poucas famílias, o que não inviabilizaria a criação de uma unidade de proteção integral na região. ressalva-se, porém que caso o processo de estabelecimento e manejo de uma unidade de conservação restrinja drasticamente o acesso a fontes de subsistência amplamente relacionadas a recursos naturais, sem um planejamento adequado a alternativas de fontes de alimentação e subsistência, a segurança alimentar local pode sofrer grande impacto. a implementação de uma unidade de conservação de proteção integral deve ser planejada e executada conjuntamente aos bairros de entorno, respeitando suas diferenças sociais, econômicas e ecológicas. considerando a integridade de comunidades próximas de áreas naturais, e a influência de ações de conservação e de uso do espaço presentes na região do parque estadual acaraí, é importante que ações de manejo da área incluam as necessidades das populações de entorno e considerem seus modos de vida locais, desde que compatíveis com os objetivos de proteção.
Pós-processamento: Índice de Shannon: 1.56742
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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0,46% | 21,40% | 0,33% | 0,39% | 0,37% | 0,89% | 0,43% | 0,52% | 0,46% | 0,27% | 1,77% | 1,33% | 0,64% | 1,70% | 68,08% | 0,98% |
ODS Predominates


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