A mata atlântica continua sendo substituída por outros usos do solo. sendo que a falta de conhecimentos técnicos é considerada como um dos motivos que contribuem para isso, e atualmente é reconhecido que faltam estudos científicos que subsidiem alternativas tanto para conservação quanto para o manejo dos recursos vegetais nativos. no sul do brasil, um recurso vegetal muito importante é proporcionado pela araucaria angustifolia (bertol.) kuntze. essa espécie produz sementes que constituem um importante produto florestal não-madeireiro. embora tenha muitos aspectos bem estudados em várias áreas do conhecimento, falta um plano de coleta sustentável de suas sementes, bem como faltam estudos básicos, como aqueles que descrevem sua estrutura e dinâmica frente às diferentes condições fitofisionômicas que ocorre ao longo de seu habitat. com base nesses pressupostos, o objetivo da presente dissertação foi trazer um estudo de populações de araucaria angustifolia, principalmente com descrições de estrutura e ecologia de populações. os objetivos específicos foram: comparar a estrutura de uma população em paisagem de campo e de floresta, com um olhar para o potencial de produção de sementes nas duas paisagens; estudar uma forma para classificação da vegetação da paisagem campo, procurando distinguir o que seria campo, capão e borda; investigar como é a formação do padrão espacial de a. angustifolia nos estágios iniciais de desenvolvimento, verificando a existência de padrões de mortalidade dependentes da densidade ou da distância de adultos em uma situação de floresta conservada e desenvolvida. foram instaladas duas parcelas completamente mapeadas, uma de 9 ha (300 x 300 m) num sítio situado numa paisagem de campo e uma de 5,1 ha (170 x 300 m) num sítio na paisagem de floresta. foi realizado um censo e todos indivíduos foram mapeados (de plântulas à adultos). quando tinham altura < 1,5 m foram mensurados quanto à altura e quando tinham altura ? 1,5 m foram mensurados quanto ao diâmetro à altura do peito (dap). no sítio de floresta foram realizados 5 recensos e no sítio de campo 1 recenso. em cada recenso foram avaliados o estágio de vida dos indivíduos e o tamanho foi novamente mensurado. os dados foram então analisados com estatísticas espaciais e estatísticas descritivas. como principal resultado foi observado que a população de floresta tem potencial para produzir mais sementes, mas deixa menos indivíduos ingressantes do que no campo. duas formas de classificação do que é campo, capão e borda foram sugeridas, mas necessitam estudos adicionais para testar sua eficácia e sentido para a biologia. a população de a. angustifolia como um todo esteve mais associada à fisionomia florestal do que de à de campo. a mortalidade nos estágios iniciais apresentou padrões dependentes da distância de adultos, mas não da densidade de indivíduos da mesma coorte. tanto o padrão de mortalidade de dependência da distância de adultos, quanto a sua ausência, levaram sempre a redução da agregação das coortes de regeneração. estes estudos podem contribuir para aumentar o conhecimento e entendimento do comportamento de a. angustifolia, aspectos que podem contribuir na fundamentação de estratégias de conservação e uso da espécie.