
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Social
Tipo do Documento: Tese
Título: FITOTERAPIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: INTERAÇÃO DE SABERES E PRÁTICAS DE CUIDADO
Ano: 2013
Orientador
- CHARLES DALCANALE TESSER
Aluno
- GISELE DAMIAN ANTONIO
Conteúdo
O uso de plantas medicinais como recurso terapêutico é considerado uma das primeiras formas de cuidado em saúde utilizada pelo homem e está relacionada à tradição das populações. dada a importância das plantas medicinais no cuidado em saúde e simultaneamente a escassa literatura que analisa sua inclusão nos serviços do âmbito da atenção primária à saúde (aps), este estudo teve o objetivo de analisar o desenvolvimento de ações/programas com plantas medicinais, descritos na literatura brasileira, em municípios brasileiros nos serviços de aps. foi elaborado um ensaio teórico-conceitual sobre a diversidade de saberes, contextos de cuidado e formas de uso de plantas medicinais que interagem com os serviços de aps. tal ensaio teórico expõe uma abordagem conceitual ancorado na ecologia de saberes proposto por boaventura de souza santos e autores da antropologia da saúde referentes às formas e setores de cuidado. a discussão do estado da arte sobre plantas medicinais na aps envolveu uma análise documental de publicações oficiais do ministério da saúde que relatassem sobre ações e serviços de fitoterapia implantados na aps; uma análise bibliométrica da produção científica brasileira sobre o tema no período de 1988-2012 e um metaestudo sobre ações/programas com plantas medicinais brasileiros descritos na literatura nesse mesmo período. foi realizada uma pesquisa empírica com abordagem qualitativa que visou compreender os fatores facilitadores, dificultadores e as contribuições da fitoterapia na aps, em quatro municípios selecionados, a partir do olhar de profissionais de saúde. para coleta de informações foram realizadas entrevistas semiestruturadas com informantes-chave. resultados: a discussão da ecologia de saberes aplicada ao tema revelou a importância do diálogo entre os saberes e práticas sobre plantas medicinais para o sus e à aps, para além do discurso científico, de modo a valorizar saberes emergentes presentes e acumulados na sociedade brasileira, sem desmerecer o saber científico, importante para a consolidação dos medicamentos fitoterápicos no brasil. a análise das abordagens sobre formas e contextos de uso das plantas no brasil, culturalmente diversificadas, produziu uma proposta de reconhecimento de cinco contextos de uso das mesmas: familiar (autônomo), popular, tradicional, inserido na racionalidade biomédica e em outras racionalidades médicas (uso heterônomo, no geral). a análise bibliométrica evidenciou um aumento crescente das publicações no período de 1990 a 2012, embora elas sejam poucas, em ambiente nacional e internacional. a partir da análise de 24 experiências brasileiras identificadas no metaestudo, percebeu-se que a inserção da fitoterapia na aps apresenta diferentes abordagens, motivações, práticas e serviços. no entanto, mesmo após vários anos da publicação da política nacional de práticas integrativas e complementares e da política nacional de plantas medicinal, em 2006, há muitos fatores que dificultam a expansão e continuidade dos trabalhos com plantas medicinais na aps. dentre eles, destacam-se: ausência de ensaios clínicos de plantas medicinais brasileiras, dificuldades no cumprimento das regulamentações pelos serviços públicos, déficit na formação dos profissionais de saúde, falta de apoio técnico adequado à realidade dos serviços do setor público, falta de apoio à educação permanente. a aceitação, qualificação e o interesse (associados) dos profissionais, a participação e boa aceitação popular (sobretudo em cidade menores), a presença de articulações intersetoriais e a infraestrutura adequada foram apontados como fatores facilitadores à inserção de diferentes ações com plantas medicinais, para além de considerá-la como uma opção terapêutica a ser prescrita e um produto a ser fornecido nos serviços de aps. observou-se nos serviços de aps investigados que a fitoterapia contribui na aproximação do profissional e comunidade, fortalece o vínculo equipe-comunidade, é uma ferramenta mediadora para educação em saúde, promove articulações intersetoriais e facilita a interação de diferentes saberes circulantes nas comunidades. concluiu-se que a fitoterapia é uma prática que facilita a interação de saberes, valoriza recursos culturais e práticas e saberes locais. contribuiu para aproximação entre profissionais e usuários por meio de abordagens dialogais e empoderadoras. enriquece as possibilidades terapêuticas autônomas e heterônomas e a promoção de saúde na aps, além de consistir em uma promissora fonte de produtos terapêuticos caseiros, manipulados ou industrializados.
Pós-processamento: Índice de Shannon: 2.03427
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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1,31% | 3,23% | 69,66% | 3,79% | 2,09% | 1,34% | 1,20% | 1,82% | 1,95% | 1,53% | 2,37% | 1,58% | 1,24% | 1,44% | 1,58% | 3,87% |
ODS Predominates


1,31%

3,23%

69,66%

3,79%

2,09%

1,34%

1,20%

1,82%

1,95%

1,53%

2,37%

1,58%

1,24%

1,44%

1,58%

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