O aprendizado de uma segunda língua constitui-se em uma experiência significativa, que vai além de um resgate cultural, possibilitando o aumento do repertório linguístico e cultural, ampliando a visão de mundo e a forma de pensar das crianças. assim, corroborando com as ideias de vigotski (2009), na qual a hipótese conceitual de que a aprendizagem de uma segunda língua pode impulsionar o desenvolvimento infantil, ampliando as possibilidades de pensamento, esta pesquisa tem como objetivo investigar com base nos aportes teóricos quais as implicações que o aprendizado de uma segunda língua, como experiência cultural, proporciona para a formação da criança. deste modo, para este estudo de cunho qualitativo e do tipo bibliográfico e documental foram lidos e analisados três documentos oficiais que subsidiam o aprendizado de uma língua estrangeira no currículo regular (parâmetro curricular nacional de língua estrangeira - 1998, resolução nº01/2010 do ensino fundamental de 9 anos e a proposta curricular de santa catarina de língua estrangeira -1998) e trabalhos produzidos sobre o processo de aprendizagem do alemão como segunda língua. a partir da realização do levantamento e da seleção da bibliografia existente sobre o tema nas plataformas de dados scielo, capes e anped, pode-se perceber na nossa seleção que há 10 trabalhos na área da linguística (aproximadamente 53% das publicações) e apenas 5 trabalhos desta temática no campo educacional (aproximadamente 26% das publicações). foi realizada ainda uma investigação no censo escolar 2012 juntamente com os dados do trabalho de trauer (1994) para analisar o lugar do alemão no currículo escolar das escolas catarinenses. com base no mapeamento do censo escolar 2012 foi possível perceber que o ensino da língua alemã consta no censo como uma “língua e literatura outra”, não tendo um local próprio, estando juntamente com o italiano, polonês, entre outras línguas de minorias, sendo reflexo do silenciamento das campanhas de nacionalização. são poucas as instituições que possuem o alemão em seu currículo, sendo que as próprias secretarias de educação dos municípios muitas vezes desconhecem esta disciplina. o conjunto de dados analisados nos mostram o quanto o ensino da língua alemã encontra-se silenciada nos municípios, e que poderia ser utilizado como meio para a libertação e reflexão, uma vez que segundo vigotski (2009), a aprendizagem de uma língua estrangeira liberta o sujeito das amarras que o prende ao objeto, possibilitando uma maior reflexão sobre sua própria língua e atingindo assim um grau mais sofisticado de pensamento. nesta direção a aprendizagem de uma língua de contato (trauer, 1994) modifica o olhar, a ação e a constituição do sujeito no mundo.