
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Não calculada
Tipo do Documento: Dissertação
Título: DISPERSÃO DE SEMENTES DE HOVENIA DULCIS THUNB. (RHAMNACEAE) UMA ESPÉCIE INVASORA EM ÁREA DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL
Orientador
- TANIA TARABINI CASTELLANI
Aluno
- RAQUEL ELISE MULLER DE LIMA
Conteúdo
A dispersão de sementes é um processo mutualístico que pode auxiliar e facilitar o processo de invasão de plantas exóticas. a introdução de uma espécie com frutos carnosos em uma formação vegetal pode fornecer à fauna nativa recursos alimentares adicionais, principalmente em períodos de escassez. mamíferos e aves são considerados os agentes dispersores mais eficientes, devido à grande quantidade de frutos e sementes consumidos pelos mamíferos e pelas grandes distâncias que as aves podem dispersar. hovenia dulcis é uma espécie exótica invasora em área de floresta estacional decidual e este trabalho teve como objetivo avaliar as interações estabelecidas no processo de dispersão de suas sementes. para isso, pretendeu-se identificar as espécies consumidoras dos frutos e dispersoras das sementes, analisar a oferta e remoção de frutos, a distância de dispersão, a viabilidade das sementes dispersas e a relação entre a fauna e a estrutura da vegetação. o estudo foi realizado no parque estadual fritz plaumann, concórdia, sc, em área de floresta estacional decidual. em dez parcelas de 10x10m, distantes pelo menos 100m entre si, foi feito o levantamento dos consumidores de h. dulcis por meio de observações focais da avifauna (48 horas) e do uso de dez armadilhas fotográficas (2305 armadilhas-dia), oito voltadas para a base de árvores de h. dulcis e duas posicionadas a 2m de altura. carretéis de linha amarrados em frutos (n= 550) foram colocados em cada parcela para determinar a distância de dispersão. foram coletadas fezes de animais encontradas em trilhas para verificar a presença de sementes de h. dulcis que foram colocadas para germinar para testar sua viabilidade. para diferenciar a remoção de consumidores distintos foi feito um experimento de remoção de frutos com gaiolas de exclusão, tendo-se: 1) controle, onde todos os animais tinham acesso aos frutos; 2) acesso apenas aos grandes animais; 3) acesso apenas aos pequenos mamíferos; 4) acesso apenas às formigas. a dispersão por formigas também foi investigada testando a remoção de frutos depositados próximos à ninhos. a oferta de frutos de h. dulcis foi estimada pela queda de frutos em 20 coletores (0,36m²) sob a copa de indivíduos frutificando, e a dispersão por aves foi avaliada pela coleta de fezes em coletores posicionados à 10m de h. dulcis embaixo de árvores poleiros. a disponibilidade de frutos de outras espécies nas parcelas foi investigada através de levantamento das árvores presentes nas parcelas e pesquisados na literatura seus períodos de frutificação. para relacionar a presença das espécies da fauna com a estrutura da vegetação foi feita uma análise de correspondência canônica. os resultados obtidos mostram que a fauna nativa está auxiliando a dispersão da espécie invasora na área. doze espécies de mamíferos e 16 de aves foram registradas por armadilhas fotográficas e mais duas de aves por observações focais. destas, sete espécies consumiram frutos de h. dulcis (graxaim, tatu-galinha, serelepe, quati, jacuaçu, pavó e surucuá-variado), assim como formigas cortadeiras (atta sexdens) foram observadas carregando sementes. dos frutos presos aos carretéis, 0,9% efetivamente dispersos (deslocado e ainda preso ao barbante), 4,7% foram consumidos, mas não deslocados, 2,7% foram deslocados e consumidos. os frutos foram dispersos em média 1,04m, variando de 8,7m a 0,35m da posição inicial. das fezes encontradas (n= 27), dez continham sementes de h. dulcis, distando em média de 10,8m de indivíduos frutificando. sementes provindas das fezes (n= 73) germinaram (46,6%) em taxas similares ao controle (57,5%) (χ²=1,34; p>0,05; gl=1). o experimento de remoção com gaiolas de exclusão não mostrou diferença entre os tratamentos (f= 1,403; p= 0,258; gl=3), sendo similares as taxas de remoção de frutos por formigas, pequenos e grandes mamíferos. a riqueza, a densidade de árvores e a abundância de h. dulcis foram as variáveis que explicaram a frequência de registros da fauna nas parcelas. espécies de hábito alimentar onívoro mostraram maior relação com a abundância de h. dulcis, que produz de 22,2 a 40,2 fr/ind/mês/m². assim, a presença e abundância de h. dulcis está relacionada com a riqueza de mamíferos no parque. o manejo previsto para a retirada de plantas adultas da espécie vai gerar a perda deste recurso alimentar para a fauna. porém, 15 espécies arbóreas nativas do parque frutificam com pelo menos dois meses de sobreposição à h. dulcis e poderão prover alimento, restituindo assim as interações com a fauna.
Pós-processamento: Índice de Shannon: 3.46478
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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3,10% | 15,47% | 4,16% | 3,46% | 3,70% | 3,38% | 3,45% | 3,58% | 4,82% | 3,31% | 4,22% | 5,16% | 2,77% | 4,90% | 30,47% | 4,06% |
ODS Predominates


3,10%

15,47%

4,16%

3,46%

3,70%

3,38%

3,45%

3,58%

4,82%

3,31%

4,22%

5,16%

2,77%

4,90%

30,47%

4,06%