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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Comunicação e Expressão

Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Linguística

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Social

Tipo do Documento: Tese

Título: A PROSÓDIA DE SENTENÇAS INTERROGATIVAS TOTAIS NOS FALARES CATARINENSES E SERGIPANOS

Ano: 2015

Orientador
  • IZABEL CHRISTINE SEARA
Aluno
  • VANESSA GONZAGA NUNES

Conteúdo

O presente trabalho tem como objetivo principal investigar o comportamento melódico de sentenças interrogativas totais (sim/não) produzidas por catarinenses e sergipanos. visa também, a partir da percepção de florianopolitanos e aracajuanos sobre suas próprias produções, verificar se as inferências entonacionais aqui apresentadas correspondem às percepções dos ouvintes. apresentamos resultados de análises realizadas a partir de sentenças produzidas por informantes de blumenau, chapecó, florianópolis e lages, do estado de santa catarina e, das cidades de aracaju, estância e lagarto, do estado de sergipe. da etapa de produção, participaram, ao todo, 14 locutores e, da etapa de percepção, 70 juízes. trata-se de um estudo vinculado ao projeto amper-por (atlas multimídia prosódico do espaço românico – língua portuguesa), que busca descrever a prosódia das línguas românicas. agregou-se também ao presente estudo um corpus de fala lida, elaborado especificamente para esta pesquisa. o texto trata de um diálogo com contexto semântico-pragmático que estimula, de maneira mais natural possível, a produção de interrogativas totais neutras, mas também de interrogativas atitudinais de dúvida e de confirmação. visando a comparação, todas as variedades das interrogativas totais aqui analisadas possuem as mesmas distribuições acentuais na região pré-nuclear ou nuclear das sentenças. além disso, valores de f0 fornecidos em hertz pelos scripts amper foram normalizados em semitons e as análises que exigiam a duração, como a taxa de elocução, por exemplo, foram calculadas através da relação v2v (do início de uma vogal até o começo da vogal seguinte). com respeito à frequência fundamental, descrevemos o desenho da curva de f0 e analisamos, a partir de valores normalizados, seis níveis de análise: (i) a média de f0, (ii) a variação de altura f0 intravocálica e (iii) intervocálica,(iv) a variação de altura de f0 no movimento de subida das interrogativas, (v) a tessitura (variação de f0 entre o ponto mínimo e o ponto máximo do enunciado) e a (vi) inclinação de f0 nas tônicas em região nuclear. com respeito à duração, extraímos a taxa de elocução de cada uma das variedades. dentre os resultados encontrados, verificamos que o contorno da região nuclear das interrogativas produzidas por catarinenses é quase que sistematicamente ascendente-descendente. as sentenças terminadas por paroxítonas produzidas por florianopolitanos e blumenauenses apresentam alto grau de desvozeamento das átonas finais, o que impede muitas vezes que o movimento descendente se complete. no que concerne às interrogativas neutras, os dados dos blumenauenses e dos florianopolitanos apresentam maiores semelhanças entre si, com menor alçamento de f0 no movimento de subida final. os dados dos lageanos e dos chapecoenses têm mais proximidade entre si, com maior variação de altura f0 no movimento ascendente da curva. os sergipanos também apresentaram, para a região nuclear, curvas ascendente-descendentes, porém, exibiram com maior frequência curvas com movimentos apenas ascendentes. a média de f0, a variação de altura f0 no movimento de subida e a tessitura se mostraram importantes parâmetros de distinção entre as variedades dialetais aqui estudadas. as proeminências ao longo da curva de f0 das interrogativas para os catarinenses se mostraram mais atreladas à distribuição dos acentos lexicais das palavras. já as curvas melódicas dos sergipanos apresentaram, no primeiro terço da curva, ataque alto. na sequência, movimento descendente e estacionário que configura, para o segundo terço da curva, um vale. o movimento ascendente da interrogativa é íngreme e só se realizará mais próximo à última sílaba do enunciado. testes estatísticos validaram as diferenças entre as curvas melódicas dos catarinenses e dos sergipanos como significativas. no que concerne às sentenças não neutras, encontramos tanto para dúvida quanto para a confirmação nas produções de florianopolitanos e aracajuanos, subida tardia e frequências menos elevadas em relação às neutras. as taxas de elocução nos permitiram inferir que se confirma a impressão de que o florianopolitano fala mais rápido do que outras variedades catarinenses e não ratifica à visão impressionista de que todos os nordestinos têm um falar lento. os testes de percepção revelaram que os juízes de florianópolis foram capazes de identificar o falar florianopolitano, mas não tiveram bom desempenho diante das demais variedades dialetais catarinenses às quais foram expostos. já os juízes de aracaju não foram capazes de identificar satisfatoriamente nem o falar aracajuano, nem as demais variedades dialetais sergipanas às quais foram expostos.

Pós-processamento: Índice de Shannon: 3.95708

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
5,98% 8,47% 7,36% 4,73% 5,32% 4,40% 8,47% 6,37% 5,79% 9,00% 5,26% 6,25% 4,08% 5,71% 4,63% 8,17%
ODS Predominates
ODS 10
ODS 1

5,98%

ODS 2

8,47%

ODS 3

7,36%

ODS 4

4,73%

ODS 5

5,32%

ODS 6

4,40%

ODS 7

8,47%

ODS 8

6,37%

ODS 9

5,79%

ODS 10

9,00%

ODS 11

5,26%

ODS 12

6,25%

ODS 13

4,08%

ODS 14

5,71%

ODS 15

4,63%

ODS 16

8,17%