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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Comunicação e Expressão

Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Linguística

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Institucional

Tipo do Documento: Dissertação

Título: A INTERFERÊNCIA DO PORTUGUÊS NA ANÁLISE GRAMATICAL EM LIBRAS: O CASO DAS PREPOSIÇÕES

Orientador
  • TARCISIO DE ARANTES LEITE
Aluno
  • MYRNA SALERNO MONTEIRO

Conteúdo

O presente estudo tem como objetivo verificar se o sinal que optamos glosar por para pode ser classificado como preposição na língua brasileira de sinais (libras), bem como examinar a interferência linguística do português tanto na libras utilizada por surdos quanto no processo de documentação e pesquisa científica da libras. a pesquisa se alicerçou na gramática baseada no uso, com base na qual foram feitas análises de uma amostra de produções espontâneas de surdos em libras retiradas de vídeos públicos do youtube envolvendo o sinal para. além desses dados espontâneos, foram também analisados dados do sinal para em compilações de sinais e dicionários de referência da libras. para garantir o anonimato dos autores dos vídeos, tendo em vista a dificuldade de obter consentimento de suas produções, os vídeos coletados foram baixados, catalogados, e em seguida os trechos relevante para a análise foram regravados pela pesquisadora, que também é surda e falante da libras. esses trechos analisados foram também recortados em imagens individuais dos sinais, para melhor análise e suporte à glosagem, bem como traduzidos para o português. a análise dos vídeos espontâneos apontou que o sinal para pode ser considerado uma preposição não introdutória de argumentos, nos termos da abordagem funcionalista de neves (2000). porém, pelo fato do sinal para ter um conteúdo semântico claro, ser empregado em contextos sintáticos bastante restritos com produtividade limitada e ser opcional em certos contextos de uso, esse resultado não é suficiente para afirmar que a categoria gramatical das preposições constitua parte do sistema linguístico da libras. a comparação dessa análise de dados espontâneos com a descrição do sinal para em compilações de sinais e dicionários deixou claro o quanto o processo de documentação da libras tem estado dependente do português escrito, comprometendo a análise da gramática e semântica dos sinais com base exclusiva nesses materiais. um trabalho de pesquisa como este não apenas traz clareza sobre a questão das línguas de sinais possuírem ou não preposições, mas principalmente problematiza as várias formas de interferência do português sobre a libras, principalmente no que se refere ao processo de pesquisa científica, em que essa interferência deveria ser evitada (baker e padden, 1978). assim, esperamos que a pesquisa contribua para superar os vieses teóricos e metodológicos da ciência linguística que ainda prejudicam uma compreensão da libras por si mesma, rompendo definitivamente com a ideia historicamente equivocada de que as línguas de sinais podem não ser suficientemente satisfatórias e completas para a expressão e compreensão da experiência de mundo pelos surdos.

Pós-processamento: Índice de Shannon: 3.94644

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
4,44% 6,89% 7,57% 7,39% 5,56% 4,22% 4,51% 6,35% 8,38% 4,02% 7,15% 6,70% 5,14% 5,82% 5,02% 10,82%
ODS Predominates
ODS 16
ODS 1

4,44%

ODS 2

6,89%

ODS 3

7,57%

ODS 4

7,39%

ODS 5

5,56%

ODS 6

4,22%

ODS 7

4,51%

ODS 8

6,35%

ODS 9

8,38%

ODS 10

4,02%

ODS 11

7,15%

ODS 12

6,70%

ODS 13

5,14%

ODS 14

5,82%

ODS 15

5,02%

ODS 16

10,82%