Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Não calculada
Tipo do Documento: Dissertação
Título: O JAVALI (SUS SCROFA LINNAEUS, 1758) NA REGIÃO DO PARQUE NACIONAL DAS ARAUCÁRIAS: PERCEPÇÕES HUMANAS E RELAÇÃO COM REGENERAÇÃO DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA (BERTOL.) KUNTZE
Ano: 2015
Orientador
- NIVALDO PERONI
Aluno
- GRAZIELE OLIVEIRA BATISTA
Conteúdo
As invasões biológicas podem representar ameaça para espécies nativas, ecossistemas e para o bem-estar humano. entretanto, a percepção das pessoas sobre as espécies invasoras depende da cultura das pessoas envolvidas quanto do organismo invasor; assim uma invasão pode ser considerada negativa da perspectiva ambiental e positiva por alguns setores da sociedade devido seus aspectos ornamentais, recreativos ou econômicos. não obstante, as comunidades locais podem contribuir com o conhecimento ecológico sobre a história natural dos animais e com dados quantitativos sobre caça que podem fornecer informações sobre padrões de distribuição geográfica, demografia, abundância de espécies e pressão de caça. a forma selvagem do javali (sus scrofa) está presente no brasil desde a década de 1960 e sua distribuição no país já atinge quase todos os biomas, exceto a amazônia. embora a invasão em floresta ombrófila mista seja recente, aproximadamente 10 anos, o javali apresenta sobreposição de 78% com esta fitofisionomia da mata atlântica. a espécie araucaria angustifolia é o principal componente arbóreo da floresta ombrófila mista e é considerada uma espécie ameaçada de extinção. o javali pode afetar a regeneração das araucárias pela extensa perturbação que causa ao revolver a terra em busca de recursos subterrâneos para alimentação, pelo pisoteio das plântulas e pela predação de sementes. assim, objetivou-se analisar a estrutura demográfica de araucaria angustifolia na região do parque nacional das araucárias (pna), entender o uso da área do pna pelo javali e sua relação com a regeneração de araucárias e compreender a percepção humana sobre o javali em comunidades locais na região do parque nacional das araucárias. foram realizadas parcelas e transectos na região do pna para compreender a estrutura populacional de araucárias na região e a relação do javali com a regeneração de araucárias, experimento de remoção de sementes para analisar a relação da predação de sementes de araucárias por javali e pela fauna nativa. adicionalmente, foram utilizadas armadilhas fotográficas para verificar o uso da área do pna pelo javali e realizadas entrevistas nas comunidades do entorno do pna para entender a percepção das pessoas sobre esses animais e sobre o impactos que causam. a densidade média de indivíduos de araucárias foi de 187,5 ± 201,2 ind.ha-1 e 50,9% dos indivíduos pertencem a classe regeneração. a maioria das áreas com grande densidade de indivíduos de araucárias em regeneração no pna ocorreu na região fitoecológica de campo, com vestígios de javali, presença de gado e em solos menos profundos (neossolo e cambissolo). a densidade de javali parece estar temporariamente estável (0,48 ind/km2) e a espécie não está uniformemente distribuído na região do pna. a abundância de javali foi negativamente relacionada ao percentual de área agrícola; quanto maior o percentual de área agrícola, menor a abundância de javali. provavelmente devido a maior pressão de caça nas áreas agrícolas e a disponibilidade de recursos na mata durante todo o ano enquanto nas áreas agrícolas os recursos estão disponíveis principalmente no verão. as variáveis do modelo que melhor explicaram a variação encontrada na densidade e altura de araucárias em regeneração foram a região fitoecológica, litossolo, densidade de indivíduos adultos, as áreas fuçadas por javali e riqueza de médios e grandes mamíferos. em relação a percepção das pessoas sobre o javali na região, 86,1% dos colaboradores consideraram negativa a convivência entre os proprietários rurais com o javali por causa dos prejuízos que este animal causa na lavoura principalmente no milho (82,8%) e na soja (34,5%). no que tange as plantas nativas, os colaboradores relataram que o javali consome principalmente pinhão (91,7%), guabiroba (47,2%) e imbuia (30,6%) e interfere na regeneração das espécies nativas (27,8%). os colaboradores relataram a existência de caça em 55,5% das propriedades, principalmente caça ativa com cachorros (65%). portanto, o javali é uma espécie frequente em relação aos mamíferos de médio e grande porte nativos na região do parque nacional das araucárias e causa prejuízos ambientais e sócio-econômicos na região. assim, deve ser realizado planejamento específico de controle e monitoramento dessa espécie exótica invasora na região do parque, além de buscar estratégias de mitigação para os pequenos agricultores locais, incentivar estudos e o uso do conhecimento ecológico local para embasar ações de manejo.
Pós-processamento: Índice de Shannon: 2.30368
| ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 1,31% | 7,79% | 2,30% | 1,48% | 1,41% | 2,73% | 1,49% | 1,62% | 1,69% | 1,85% | 4,05% | 2,00% | 1,62% | 2,99% | 63,20% | 2,47% |
ODS Predominates
1,31%
7,79%
2,30%
1,48%
1,41%
2,73%
1,49%
1,62%
1,69%
1,85%
4,05%
2,00%
1,62%
2,99%
63,20%
2,47%