Estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa, com o objetivo de conhecer as representações sociais do diabetes para mulheres que o vivenciam na gestação e suas contribuições para o cuidado em enfermagem e saúde. a fundamentação teórica baseia-se na teoria das representações sociais na perspectiva de moscovici. foi desenvolvido com 30 gestantes, sendo 18 diagnosticadas com diabetes gestacional e 12 com diabetes pré-existente à gestação. os dados foram coletados em uma maternidade pública de referência terciária para atenção obstétrica no sul do brasil, no período de março a setembro de 2014, com utilização de técnica de entrevista semiestruturada em profundidade, gravadas em mídia digital e transcritas. como procedimento analítico, adotou- se a análise de conteúdo de bardin, compreendendo as seguintes etapas: pré-análise, exploração do material ou codificação, tratamento dos resultados obtidos e interpretação. o projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos da universidade federal de santa catarina (parecer nº 550.604) e da instituição onde o estudo foi realizado (parecer nº 605.218-0) . a tese contempla cinco manuscritos. o primeiro constituiu-se numa revisão integrativa de literatura que objetivou identificar contribuição de pesquisas em âmbito nacional e internacional sobre representações sociais do diabetes de mulheres que o vivenciam a gestação, através da busca de artigos nas bases de dados pubmed/medline, cinahl, lilacs, bdenf, scielo, banco de teses da capes, proquest dissertations & theses (pqdt) e science direct, no período de 2000 a 2012, sendo encontrados 30 estudos que atenderam aos critérios de inclusão. os resultados evidenciam que fatores sociais e emocionais influenciam na gravidez e que a experiência das gestantes com diabetes é marcada por vulnerabilidade e níveis de ansiedade elevados. os demais manuscritos, em número de quatro, são resultantes da pesquisa de campo. assim, o segundo manuscrito que objetivou identificar a as representações sociais do diabetes para gestantes diabéticas e suas repercussões no cuidado em enfermagem e saúde, mostra que o diabetes exige uma logística de cuidados, controles, tratamentos e acompanhamento especializado para o binômio gestante-bebê, e ao projetar o futuro tendo diabetes, revela expectativas futuras sobre possíveis desfechos da gravidez, relacionadas ao parto, ao bebê e a si própria, traduzidas no medo da morte de si e de seu bebê, medo de ocorrer complicações consigo, com o bebê no parto, e quanto à possibilidade de tornar-se definitivamente diabética. as representações sociais do diabetes para essas gestantes encontram-se ancoradas em suas vivências e significados atribuídos ao processo de vivenciar a gravidez tendo diabetes, determinando a necessidade de cuidados especializados. o terceiro manuscrito, que visou conhecer as representações sociais do diabetes para gestantes quando são diagnosticadas com diabetes melittus gestacional, revela percepções negativas, que são expressas através de sentimentos de medo, tristeza, insegurança, surpresa, não aceitação do diagnóstico, negação e mudança de comportamento; e positivas, sobressaindo sentimentos positivos desencadeados pelo diabetes que impõe condição cuidadosa. o quarto manuscrito, que objetivou conhecer as percepções acerca do cuidado e de ser cuidada no pré-natal sob a ótica de gestantes diabéticas e as contribuições para o cuidado em enfermagem e em saúde, mostra que o cuidado é percebido como uma preocupação com o próximo e a situação de ter e conviver com o diabetes é percebida como uma doença que impõe mudanças radicais, que exige restrições e controles diversos, limitando sua autonomia, levando-as a experimentarem desconforto físico e psicológico, representando um exercício de de autocontrole, condição que exige cuidado, cuidar-se e cuidar do outro. barreiras percebidas no cuidado também são identificadas. finalmente o quinto, realizado com o intuito de identificar atitudes, conhecimentos, percepções e práticas de cuidado de gestantes diabéticas, identifica a existência de conhecimento do conhecimento do senso comum e do particular frente à doença no geral, porém déficit de conhecimento da doença na gestação. quanto às atitudes, caracterizam-se pela busca de informações acerca da doença e consciência do cuidado de si e do outro, e como práticas de cuidado foram identificadas a dieta, atividade física, insulinoterapia, controles glicêmicos, práticas religiosas, e suportes psicológico, familiar e religioso. com base nas convergências e combinações dos resultados obtidos sustenta-se a tese: as representações sociais do diabetes para as gestantes que o vivenciam na gravidez determinam atitudes, comportamentos e práticas de cuidado de si e do outro e comportam elementos relevantes para o cuidado em enfermagem e saúde. concluindo, representações sociais do diabetes para essas gestantes, representa aspecto relevante para o cuidado em saúde e enfermagem, evidenciando necessidade de intervenções de apoio e escuta, além do desenvolvimento de cuidados especializados, possibilitando que os profissionais trabalhem de forma interdisciplinar, gerenciando tais expectativas.